tag:blogger.com,1999:blog-21557493150997359892024-02-08T16:51:05.431-03:00Introdução ao Abate Ritual Judaico - ShechitáEsta é uma introdução ao Abate Ritual Judaico - a Shechitá - para que qualquer um possa vislumbrar o processo e suas leis biblicas.Rabino Pinchas Baruchhttp://www.blogger.com/profile/11252125344044894095noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-2155749315099735989.post-90688503870180886912008-05-11T21:54:00.000-03:002008-05-11T22:01:14.146-03:00Introdução 'a Shechita - Abate Ritual Judaico<div align="justify"><br /><span style="font-size:180%;">Shechitá: Uma Introdução</span></div><span style="font-size:180%;"><div align="justify"><br /></span><span style="font-size:130%;">1.1 No Princípio</span></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"><br /></span>No princípio, D’us criou o mundo material e não permitiu ao ser humano comer<br />carne animal. Após o dilúvio, foi permitido aos filhos de Noé comerem carne. No entanto,<br />não foi ordenada a forma do abate. Apenas não era permitido que fosse comido o membro<br />de um animal vivo (havia que abater o animal primeiro para depois usufruir de sua carne).<br />E, segundo algumas opiniões, também não se deveria ingerir a carne antes de se remover o<br />Nervo Ciático (“Guid a Nashe”).<br />Com a outorga da Tora, foram dadas a Moisés, nosso mestre Z”TL, as leis do abate<br />conforme a nossa sagrada Torá (a Sagrada Bíblia) , mas estas leis só foram postas em<br />pratica após o ingresso na Terra Santa. Também foram dados a Moisés, nosso mestre,<br />distinguir quais animais são puros para serem abatidos e quais animais são considerados<br />ritualmente impuros.<br />Não foi dito diretamente que se abatesse o animal, mas sim se ensinou: “ וזבחת מבקר<br />כאשר צויתי ומצאנ ” (“Vê zavachta me bacarcha u me tsonecha caasher tsiviticha” E<br />sacrificaras do seu gado e do seu rebanho conforme foi ordenado), para nos dizer que as<br />leis do abate foram dadas a Moises, nosso mestre, na montanha de Sinai. Diz se que estas<br />leis foram transmitidas a ele oralmente.</div><div align="justify"><br /><span style="font-size:130%;">1.2 Do abate</span></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span><br />A Guemará (O “Talmud”, aonde se encontram as explicações das leis orais da Torá)<br />ensina (no Tratado de Chulin na pagina 28.) que foi comandado a Moisés, nosso mestre,<br />que no abate deve-se cortar o esôfago e a faringe, sendo pelo menos um deles nas aves e<br />dois deles no animal.<br />Além disto, existem leis referentes a como o corte deve ser efetuado (sem pausas,<br />etc.) que devem ser obrigatoriamente respeitadas e que serão discutidas a seguir.</div><div align="justify"><br /><span style="font-size:130%;">1.3 Que animais necessitam abate e quais não</span></div><span style="font-size:130%;"><div align="justify"><br /></span>Animais, Bestas e Aves necessitam abate enquanto peixes e gafanhotos não<br />necessitam abate.<br />Exceção feita ao animal encontrado quando do abate de sua mãe e este não tiver oito<br />meses de idade, o qual pode ser consumido depois de morto mesmo sem abate.<br /><br /><span style="font-size:130%;">1.4 Animais que podem ser consumidos segundo a Torá</span></div><span style="font-size:130%;"><div align="justify"><br /></span>Os animais que podem ser consumidos segundo a Torá devem ser ruminantes e ter o<br />casco fendido, como é o caso dos bovinos, caprinos e ovinos, enquanto os que não possuem<br />estas características não podem ser consumidos nem devem ser abatidos pelos que seguem<br />a Torá. São enumeradas na Torá quatro espécies que possuem uma das características, mas<br />não as duas: o porco, o coelho, o camelo e a lebre, portanto não devem ser ingeridos.</div><div align="justify"><br /><span style="font-size:130%;">1.5 Quem pode realizar o abate<br /></span></div><div align="justify">A priori, todos podem realizar o abate, incluindo mulheres e servos.<br />A Mishná diz que a priori não realizam o abate חרש,שוטה וקט ("O Surdo, o tolo e o<br />pequeno") pois pode ser que eles "estraguem" o abate.<br />Sobre as mulheres, há quem diga que estas não devem realizar o abate. Outra<br />opinião é que estas podem realizar o abete para elas mesmas, desde que estejam aptas na<br />amolação e verificação da faca e versadas na lei do abate.</div><div align="justify"><br /><span style="font-size:130%;">1.6 Quem deseja fazer Shechitá hoje em dia</span></div><div align="justify"><br />Todo aquele que deseja se ocupar da abate conforme sua lei, deve primeiro estudar<br />todas as leis da Shechitá, e depois que estiver bem forte para saber suas leis, em todo lugar,<br />não deve abater para outros nem para si mesmo, senão que deve abater algumas vezes<br />diante de um Sábio até que seja bem sucedido três vezes em que sua mão esteja propícia e<br />ele não se canse. E existem lugares em que os Sábios antigos costumavam e decretaram que<br />nenhuma pessoa realize o abate para outros ou para si mesmo ou verifique o pulmão do<br />animal, ainda que ele seja versado nas leis do abate e da verificação senão que ele receba<br />autorização do Sábio, professor e orientador (More Horaá). E ele não receberá a<br />autorização do Sábio até que este o teste se ele sabe as leis do abate e da verificação, e se<br />ele sabe como amolar sua faca lisa e afiada, e consegue sentir a verificação de qualquer<br />reentrância no fio da sua faca, e também se costuma que os Magarefes e espertos na arte do<br />abate recebam uma carta do Sábio e que este lhe de autorização.</div><div align="justify"><br />1.7 A benção do Abate<br /></div><div align="justify">Antes de realizar a shechitá (abate ritual), o shochet deve realizar a benção “ אשר<br />קדשנו במצותיו וצונו על השחיטה ” (que nos santificou com seus mandamentos e nos ordenou<br />sobre o abate ritual).<br />Se aconteceu de ele realizar o abate sem antes ter feito a benção, o abate é valido<br />(casher).<br />Se houverem diversos animais para abater, ainda que sejam de espécies diferentes,<br />basta uma só benção, desde que o Shochet tenha-os em mente na hora de realizar a benção.<br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">1.8 A Faca</span><br /></div><div align="justify">Realizamos o abate com uma superfície afiada como uma faca de מתכת“ ” ou “ ”צור<br />(pedra afiada) ou vidro ou “ קרומית ” (“crumit” Osso de Costela [Rashi]) ou “ ”קנה האג<br />(Segundo Chulin . טז , é um tipo de madeira do lugar Agam) ou coisas cortantes<br />semelhantes, cuja ponta seja lisa e não haja nenhuma reentrância ( ) (הל` שחיטה פ"א יד .(פג<br />O motivo para que não haja nenhuma reentrância é que se houverem reentrâncias<br />então ao invés de se chamar corte, o abate seria chamado de rasgo, pois a reentrância causa<br />furos nos sinais de abate (esôfago e faringe).<br />O Magarefe (Shochet) precisa verificar sua faca esta afiada na parte do fio e de cada<br />lado (conforme esta escrito “ אבשרא ואטופרא ואתלת רוחטא ” [Chulin : יז ] ). Ele deve verificar da<br />seguinte forma: ele percorre a faca com a ponta de sua unha indo e vindo, do começo da<br />faca até o fim, três vezes no fio e de cada lado da faca, de modo que não haja nenhuma<br />reentrância (dentes) e após verificar a faca ele pode abater com ela.<br />Ele também precisa verificar a faca após o abate, pois se ele encontrar qualquer<br />reentrância (o mínimo de dente ou arranhão no fio), o abate do animal é considerado “não<br />casher” e a carne deste animal não ode ser assim ingerida.</div><div align="justify"><br /><span style="font-size:130%;">2. As Leis do Abate</span></div><div align="justify"><br />Existem cinco leis que devem ser seguidas, caso contrário o abate se torna não<br />casher (impróprio para consumo segundo a Torá).<br />1) Shehiya: Não deve haver nenhuma pausa durante a realização do abate<br />2) Derassa: O Abate deve ser efetuado movendo a faca num movimento de ir e voltar –<br />e não através de pressionar a faca para baixo a faca. A faca deve ser então longa o<br />suficiente para permitir o abate sem muita pressão.<br />3) Chalada: Posicionar a faca entre a traquéia e o esôfago, cortando nesta posição<br />ל:) חולי ). Também a faca deve estar descoberta durante o abate.<br />4) Hagrama: O corte deve ser realizado no pescoço, entre o nível da laringe e a parte<br />inferior da traquéia e esôfago.<br />5) Ikur: A traquéia e o esôfago devem ser cortados e não rasgados. A faca deve ser,<br />portanto, muito afiada e lisa. Os menores dentes na lamina causam rasgo. Por esta<br />razão a faca é checada se está lisa e afiada antes e depois de cada abate.<br />O corte deve ser realizado no pescoço, entre a cricóide ( שפוי כובע ) e a “asa” do<br />pulmão .(אונה העליונה<br />No caso do abate de Bestas e Aves, o sangue deve ser coberto com terra ou<br />serragem.</div><div align="justify"><br /><span style="font-size:130%;">3. Trefot</span></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"><br /></span>Moisés, nosso mestre, foi comandado em Sinai a verificar oito itens que invalidam o<br />animal de ser comido, o que e chamado de “Trefá”. Já a Mishná enumera dezoito tipos de<br />trefot enquanto o Rambam conta setenta tipos.<br />Comer um animal “taref” incorre numa transgressão de mandamento negativo e é<br />passível de ser punido com chibatadas (as quais eram administradas na época do Estado<br />Teocrático de Israel).<br />Os órgãos internos devem ser verificados, pois buscam-se doenças ou ferimentos<br />potencialmente fatais, além de aderências e mal-formações nos órgãos, o que desqualifica o<br />animal para ser ingerido segundo as leis da Torá. Este processo é chamado de Bedicá<br />(Verificação).<br />Dos oito tipos de treifot pela Torá, esta somente descreve um tipo (Derussa, vide<br />abaixo), como está escrito: ובשר בשדה טרפה לא תאכלו“ ” (U Basar ba Sadeh Trefa, Lô Tochlú<br />– E a carne do campo é imprópria [para consumo], não comerás). O Talmud (. מג (חולי<br />descreve estas oito trefót:<br />1) Derussa – Substância venenosa introduzida no corpo do animal por um predador<br />que “o rasgue” com suas garras.<br />2) Nekuva – Paredes dos órgãos perfuradas.<br />3) Chasserá – Órgãos completos ou parte deles faltando.<br />4) Netulá – Órgãos ou parte deles tenham sido removidos.<br />5) Keruá – Paredes ou coberturas dos órgãos rasgados.<br />6) Nefulá – Fraturado por queda.<br />7) Pesuká – Condutos rompidos.<br />8) Sheburá – Fratura nos ossos.<br />Nicur – Retirada das Veias<br />Antes de “casherizar” a carne, nós devemos remover os vasos sanguíneos, nervos e<br />gorduras que a Torá nos proíbe de ingerir. Isto inclui a remoção do nervo ciático (conforme<br />foi discutido anteriormente). O nicur é executado no quarto dianteiro porque existem<br />muitas áreas no quarto traseiro que devem ser removidas a ponto que isto se torna não<br />economicamente viável. Todavia, em Israel, existem muitas pessoas especializadas em<br />nicur do quarto traseiro.<br />Gorduras (“Chelev”) de boi, bezerro (vitela com mais de oito dias), cordeiro entre<br />outros, são proibidas, assim como as principais veias e artérias que vão através do pescoço<br />e ombros. Também algumas membranas devem ser removidas. O nicur deve ser efetuado<br />antes de colocar a carne de molho e salgar (requerido para a casherização da carne).<br />Cortes Principais da carne do dianteiro<br />Entre os cortes mais comuns da carne do dianteiro estão a costela, o braço, o acém,<br />a bisteca, o pescoço, o peixinho e o músculo.<br />Salgação da Carne ou Casherização<br />Para tornar a carne casher (permitida para o consumo segundo a Torá), deve-se<br />deixar a carne de molho e salgá-la. O primeiro passo ao deixar a carne de molho serve para<br />remover o sangue. Além disto, ao deixar de molho a carne, esta mantêm os poros abertos.<br />Após lavar bem a carne é necessário deixar a carne de molho por meia hora. A água precisa<br />cobrir toda a carne.<br />Nas partes com sangue perceptível, é necessário esfregar a carne com a própria água<br />da imersão a fim de retirá-lo.<br />Nas aves, é necessário esfregar o local do corte ritual (shechitá). Também é<br />necessário lavar bem por dentro, nas partes onde o sangue for perceptível.<br />Se houver um hematoma na carne ou na ave, é preciso cortá-lo e retirá-lo antes de<br />colocar de molho.<br />Não se deve utilizar água muito gelada, pois neste caso a carne endurecerá e o<br />sangue não será retirado pela salga. Também não se deve deixar a carne na imersão ou mais<br />de 24 horas, caso em que tanto o recipiente quanto a carne ficam proibidos.<br />Quando a carne se encontrar congelada, é necessário que a mesma descongele. Para<br />tanto, ela não pode ser deixada próxima a um forno aquecido. Se não houverem mais<br />alternativas, é permitido a imersão em água morna.<br />É preciso que a água escorra da carne, a fim de que o sal não se dissolva e assim não<br />consiga retirar o sangue. E também não se deve deixar a carne secar totalmente, de modo<br />que o sal não solte dela.<br />Quanto ao sal, este não deve ser muito fino, de modo que não se dissolva sem tirar o<br />sangue. Também não deve ser muito grosso, a fim de que não se solte. Ainda é necessário<br />que ele esteja seco.<br />6<br />Deve-se passar o sal na carne de todos os lados, de modo que nenhum lugar fique<br />sem sal. Quanto as aves, deve-se tomar o cuidado de salgar propriamente a parte interna<br />também.<br />A carne deve permanecer no sal por uma hora. Neste período ela deve ser colocada<br />em um lugar de forma a escorrer o sangue. Não deve ser colocada sobre um local liso,<br />como por exemplo o chão, pois desta forma o sangue não escorreria. Ainda assim, antes de<br />lavar a carne, ela deve permanecer num local aonde o sangue escorra.<br />Após a salga, a carne deve ser imersa em água três vezes.<br />No caso da ave, é conveniente retirar a cabeça, as veias do pescoço e a ponta das<br />asas antes de iniciar o molho (Shulchan Aruch Ioré Dea 69:1 e 2) e a salga.<br />Quanto ao fígado, este possui muito sangue, não sendo bastante a princípio somente<br />salgá-lo. É necessário cortá-lo bem e coloca-lo para assar no fogo diretamente. Antes disso,<br />ele deve ser lavado e deve-se colocar nele um pouco de sal antes de assá-lo. Após assá-lo,<br />deve-se lavá-lo a fim de se remover o sangue que ele expeliu. Deve-se lava-lo três vezes.<br />Após este procedimento, ele pode ser cozido ou ingerido.<br />Todavia, convém notar que ele deve ser assado diretamente no fogo e não é<br />permitido salgá-lo antes de assá-lo. Tampouco é permitido salga-lo junto com outras<br />carnes. Lembrando que a grelha deve ser casherizada no fogo antes de ser reutilizada.<br />É proibido ingerir ou cozinhar uma carne que não tenha sido salgada 72 horas após<br />o abate, a menos que esta tenha sido enxaguada. Neste caso, é permitido aguardar mais três<br />dias para salgá-la (Shulchan Aruch Ioré Dea 69:13). Todavia é permitido assá-la no fogo,<br />assim como fazemos com o fígado, a fim de casherizá-la após três dias sem salga.<br />Lembrando que não se deve escaldar a carne de nenhuma forma antes de casherizála,<br />pois neste caso a carne torna-se “Trefá”, porque a água quente coagula o sangue.<br />O processo do abate Industrial<br />Para a degola, o animal é encaminhado a um boxe próprio, que é normalmente<br />utilizado para o atordoamento do animal no abate não casher, onde fica exposta uma das<br />patas traseiras numa abertura, a qual é presa numa corrente com roldana, quando então o<br />boxe é aberto, sendo em seguida o animal suspenso parcialmente por um guincho. Um<br />gancho, normalmente em forma de “v” é colocado sobre a mandíbula do animal e seu<br />pescoço é tencionado. O shochet apóia então uma das mãos sobre o pescoço do animal, e<br />através do movimento descrito com a faca corta a pele, o esôfago e faringe (juntamente<br />com as veias jugulares e artérias carótidas), não devendo encostar o fio da faca nas<br />vértebras cervicais. Como foi dito acima, a incisão deve ser realizada no pescoço, sem<br />interrupção, sem movimentos bruscos, sem perfuração, sem dilacerações e não sobre a<br />laringe. Após a incisão, o animal é suspenso e segue para a sangria e esfola.<br />O shochet ou um mashguiach (supervisor rabínico) deve verificar se os sinais (traquéia e<br />esôfago) foram cortados, conforme foi explicado anteriormente. Durante a esfola, o animal<br />é aberto convenientemente para um shochet verificar as partes internas do animal, buscando<br />aderências e outras trefót (processo chamado de “bedicat pnimin”) e em seguida os<br />pulmões são retirados e inflados, para outro shochet realizar a verificação de aderências e<br />trefót do pulmão (“bedicat ruts”). Em seguida, um mashguiach prossegue carimbando as<br />7<br />carcaças dos animais que são considerados casher após a verificação dos órgãos internos e<br />pulmões.<br />No Brasil, os animais também são verificados pelo Serviço de Inspeção Federal (o<br />SIF).<br />Outras questões técnicas pertinentes ao abate e salga da carne<br />Particularmente falando do abate e salgação de aves, existem problemas veterinários práticos em<br />relação a depenação, a danos na carcaça e a salga.<br />Industrialmente, se processam frangos não casher através de escaldação morna (58 ºC) e depenação a<br />quente (62 °C sem imersão). Como foi mencionado anteriormente, pelo problema “halahico” de cozinhar a<br />carne antes da salga, os animais devem ser lavados a frio (maximo de 7 °C) na industria casher de carne. Isto<br />causa basicamente dois problemas: má depenação e o emprego de maquinário adicional a depenação causa<br />danos a carcaça.<br />Entre os danos a carcaça podemos citar problemas científicos como foi encontrado em pesquisas, a<br />proliferação das bactérias Salmonela e Listeria (uma bactéria resistente a sal e ao frio), cuja contaminação é<br />grande em processos industriais casher, a qual é relacionada com o processo de salga.<br />Quanto a salga propriamente dita, a quantidade de sal em aves varia dependendo do rigor da lei<br />judaica no local do processamento industrial. Em geral, a ave casher possui 4 vezes mais sal do que a não<br />casher, orem na prática não se observaram variações significativas (mais de 0,1 %). O peito em geral contem<br />muito mais sal que as coxas e pés. A lavagem da carne das aves em água fria não reduz significativamente<br />(cerca de 15%) a quantidade de sal. De outra forma, já na carne vermelha o sal não aumenta<br />significativamente em quantidade por não penetrar mais de um centímetro na carne.<br />Shechitá é crueldade com os animais?<br />A Sagrada Torá nos orienta a não causar danos ou sofrimentos aos animais. Hoje em dia,<br />existe uma discussão ou controvérsia em paises desenvolvidos sobre ser a shechitá um<br />procedimento cruel. Na verdade, o abate ritual segundo a Torá é um procedimento humano e causa<br />o mínimo de dor ao animal em relação a outros processos.<br />Experimentos científicos recentes, como o realizado pelo Dr. T.Gradin em 1994 para<br />verificar se os animais sentem as incisões mostraram que os animais na verdade parecem nem sentir<br />a degola através da shechitá.<br />Experimentos ainda mais recentes, como o do Dr. S.Rosen, de 2004, ("Physiological<br />Insights Into Shechitá," publicado no The Veterinary Record (12 de Junho de 2004 Vol. 154))<br />mostram que o procedimento de shechitá para o abate é além de indolor, é mais humano.<br />Todavia, o problema já é antigo. Conta-se que o Sagrado Rabbi Israel Baal Shem Tov,<br />lavava sua faca de abate nas suas próprias lágrimas.<br />Mais ainda, "Uma vez que o Templo foi destruído" – declara o Talmud – "a mesa de todo<br />homem expia por ele." Sua mesa é um altar.<br />Comer carne com o devido preparo, tanto material quanto espiritual alegra o coração do<br />homem além de elevá-lo espiritualmente.</div>Rabino Pinchas Baruchhttp://www.blogger.com/profile/11252125344044894095noreply@blogger.com2